‘O Arquiteto e o Imperador da Assíria’, de Fernando Arrabal.
Peça com Rubens Caribé e Eduardo Silva faz temporada no Teatro Jaraguá (São Paulo ).
Em nova versão de Fernando Arrabal
« O Arquiteto e o Imperador da Assíria », que estreia em abril
Clássico do espanhol Fernando Arrabal, a peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria(1966) serviu de metáfora contra a ditadura militar no Brasil. Em 1970, Rubens Corrêa e José Wilker defenderam os personagens principais no Teatro Ipanema, no Rio.
Mais de quatro décadas depois, o diretor Leo Stefanini tira o da gaveta para falar de poder e manipulação em espetáculo protagonizado por Eduardo Silva e Rubens Caribé. Na trama, um homem, sobrevivente de um acidente aéreo, precisa se virar em uma ilha deserta. Por lá, ele encontra um outro sujeito, nativo, e começa a impor sua personalidade de acordo com as conveniências. A estreia está marcada para abril no Teatro Jaraguá.
Paulo Vilhena e Beto Bellini protagonizaram uma interessante montagem da peça em 2008, sob o comando de Haroldo Costa Ferrari.
Morador de uma ilha deserta, um homem conhecido apenas como Arquiteto acorda um dia com um estrondo. Do lado de fora de sua cabana, encontra o único sobrevivente de um desastre aéreo, que se apresenta como o imperador da Assíria. Isolados, os dois precisam aprender a conviver.
Com o toque fantástico próprio do Teatro , a peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, do Fernando Arrabal, ganha montagem brasileira a partir desta sexta (13) no Teatro Jaraguá. Dirigida por Léo Stefanini, a peça tem no elenco Rubens Caribé e Eduardo Silva.
Fernando Arrabal flerta com a linguagem do Teatro do absurdo em texto que se passa em uma ilha deserta, onde moram um sobrevivente de um acidente aéreo e um nativo, interpretados por Rubens Caribé e Eduardo Silva
O diretor Léo Stefanini dá continuidade à sua pesquisa sobre o Teatro do Absurdo – iniciada em 2016 com a encenação de “Esperando Godot”, de Samuel Beckett – com a nova montagem de O Arquiteto e o Imperador da Assíria, do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. O espetáculo estreia no dia 13 de abril, no Teatro Jaraguá e segue em cartaz até 1º de julho.
As comédias absurdas de Arrabal e Beckett têm muitas semelhanças entre si, segundo Léo Stefanini. “As duas são as obras-primas desses autores, os escritores são considerados os maiores dramaturgos de seus países, os textos apresentam o encontro entre personagens em um universo pouco definido e elas necessitam da participação do espectador. As histórias só se fecham quando o público se torna cocriador das obras. Quando montamos ‘Godot’, por exemplo, notávamos que as pessoas saíam do teatro com as mais diversas interpretações. Esse universo multifacetado de possibilidades é o que me encanta”, diz.
A trama se passa em uma ilha deserta onde vive apenas o Arquiteto. Certo dia, depois de ouvir uma explosão do lado de fora de sua cabana, ele encontra o único sobrevivente de um acidente de avião, que diz ser o Imperador da Assíria. Depois de anos de uma convivência claustrofóbica, os dois vivem uma maratona de emoções: ora se desafiam, ora se solidarizam com a situação do outro.
O cenário da montagem, assinado por Chris Aizner, é uma ilha absolutamente poluída, que serve para representar a real situação de nossos oceanos. “É uma praia preta, porque nós chegamos à conclusão de que esta é a verdade em que vivemos. Existe um estudo que diz que, em 2050, teremos mais plástico no mar do que peixes. E quisemos cutucar nessa ferida. O figurino de Marichilene Artisevskis também não poderia ser diferente, uma vez que esses homens devem estar imundos depois de tanto tempo longe da ‘civilização’”, explica Léo Stefanini. Completam a ficha técnica criativa o iluminador Wagner Pinto e o músico Raul Teixeira, que assina a trilha sonora.
Ainda segundo o diretor, o texto de Arrabal traz uma comicidade que os artistas buscaram preservar ao máximo, sem infantilizar o espectador. Algumas das referências da encenação, além da obra de Samuel Beckett, são as linguagens do grupo inglês Monty Python, dos filmes do americano Buster Keaton, do seriado brasileiro TV Pirata e da peça “O Mistério de Irma Vap”, do americano Charles Ludlam.
Sobre Fernando Arrabal
Considerado um dos ícones da dramaturgia espanhola do Século 20, Fernando Arrabal é autor de peças de Teatro do Absurdo que ficaram conhecidas no mundo todo, como “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” (1966), “Fando e Lis” (1955), “O Cemitério de Automóveis” (1959), “O Triciclo” (1953) e “O Grande Cerimonial” (1963). Além de escrever para o teatro, ele é autor de 14 romances e já dirigiu sete longas-metragens.
Graças ao caráter ácido e crítico de suas obras, Arrabal foi preso pela ditadura franquista e tachado como um dos mais perigosos autores espanhóis. Na prisão, recebeu apoio de outros grandes escritores, como o irlandês Samuel Beckett, o francês François Mauriac e o norte-americano Arthur Miller, que pediram sua absolvição para o governo ditatorial.
Arrabal recebeu inúmeros reconhecimentos internacionais, como o título de Transcendent Satrape (Pataphysique) do Collège de ‘Pataphysique, o Grande Prêmio de Teatro da Academia Francesa, Prémio Nadal de romance, o Nabokov de novela, o Espasa de ensaio e World’s Theater.
SINOPSE
A história se passa em uma ilha selvagem, onde vive um único habitante. Certo dia, por causa de um acidente aéreo, o único sobrevivente da tragédia também vai parar na ilha. A partir desta situação, os dois personagens vivem uma maratona de emoções; ora se digladiam, ora se solidarizam, em uma convivência claustrofóbica, surpreendente e permeada por refinado humor.
Ficha Técnica
Texto: Fernando Arrabal
Tradução: Wilson Coelho
Direção: Léo Stefanini
Assistência de direção: Fulvio Filho
Elenco: Rubens Caribé e Eduardo Silva
Cenário: Chris Aizner
Iluminação: Wagner Pinto
Trilha Sonora: Raul Teixeira
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Técnicos: Diego Cortez, Valdilho Cruz e Fabricio Cardial
Produção: Léo Stefanini, Adriana Grzyb e Fulvio Filho
Realização: Cora Produções
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
O Arquiteto e o Imperador da Assíria, com direção de Léo Stefanini
Teatro Jaraguá – Rua Martins Fontes, 71 – Centro. São Paulo – SP
Temporada: de 13 de abril a 1º de julho.
Às sextas, às 21h; aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 276 lugares
O Arquiteto e o Imperador da Assíria’, de Fernando Arrabal, narra vida em ilha deserta
Peça com Rubens Caribé e Eduardo Silva faz temporada no Teatro Jaraguá
Morador de uma ilha deserta, um homem conhecido apenas como Arquiteto acorda um dia com um estrondo. Do lado de fora de sua cabana, encontra o único sobrevivente de um desastre aéreo, que se apresenta como o imperador da Assíria. Isolados, os dois precisam aprender a conviver.
Com o toque fantástico próprio do Teatro do Absurdo, a peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, do espanhol Fernando Arrabal, ganha montagem brasileira a partir desta sexta (13) no Teatro Jaraguá. Dirigida por Léo Stefanini, a peça tem no elenco Rubens Caribé e Eduardo Silva.
Teatro Jaraguá – R. Martins Fontes, 71, Centro, região central.