L’ile du Miel

Dans la langue des Indiens : Guananira signifie l’île du Miel

Vitoria  (Espiritu Santo)  Brésil

Festival de Théâtre

« Lettre d’amour (comme un supplice chinois) »

de Fernando Arrabal

avec Wilson Coêlho Pinto

CARTA DE AMOR (Como um suplício chinês)
maio –  19h – Teatro Virgínia Tamanini
Centro Cultural Sesc Glória –  Grupo Tarahumaras
Vitória – Espírito Santo – Brasil

Ficha técnica
Atriz: Berenice Pahins
Figurino e Cenografia: Tarahumaras
Iluminação: Uyara Pahins Coelho
Sonoplastia: Tahina Pahins Coelho
Autor: Fernando Arrabal
Tradução e Encenação: Wilson Coêlho

SINOPSE: Em alguns de nossos encontros, dentre eles, uma vez em Salvador, outra em Buenos Aires, também em São Paulo e, ainda, em Paris, Fernando Arrabal insistiu em me contar a gênese de Carta de Amor (“Como um suplício chinês”). Ele disse que, em 1998, depois de uma palestra que realizou em Jerusalém, conversava com Orna Porat, uma espécie de diva do teatro local que, inclusive, havia sido laureada com o Prêmio Israel de Teatro. Nessa conversa, a atriz revela que, por ser uma atriz anciã, não tinha mais como atuar senão em papéis secundários ou terciários de avó, ou seja, não encontrava nenhuma dramaturgia em que pudesse interpretar um papel interessante e escapar do mero lugar de coadjuvante. Arrabal prometeu escrever-lhe uma peça em que ela pudesse atuar como protagonista. Nesta mesma noite de dezembro de 1998, Arrabal foi para o hotel e escreveu Carta de amor (“Como um suplício chinês”).

Em Carta de amor (“Como um suplício chinês”), uma mãe recebe uma carta de seu filho, de quem nada sabe, no dia de seu aniversário. Estabelece-se um monólogo interior da mãe a partir de recordações do tempo em que sua relação com o filho era idílica. Mas os conflitos bélicos e suas consequências fizeram desse amor em verdadeiro “suplício chinês”. Arrabal transcende a mera anedota e coloca em questão a crueldade e a penúria da Guerra Civil Espanhola.

Parecia que tudo estava dito e que poucas novidades ficavam por elucidar nesta história desgraçada que uma mãe e um filho enfrentaram, durante décadas, espancados pela madrasta história. A Carta de Amor parece mais um testamento de amor porque atesta e publica a geografia de uma relação íntima. Neste sentido, a surpresa está no fato de Arrabal (autor e filho) conceder à sua mãe a palavra que é dela e permitir que soem as suas razões ».