Je vois et je comprends le désarroi, la tristesse et la colère des Brésiliens.

Bien sûr, la crise est là.

Et l’étendue de la corruption.

Et la montée de la violence urbaine.

Mais aucune solution ne saurait venir par un populiste qui ne promet que de nouvelles violences et la déchirure de son peuple.

Faut-il rappeler les innombrables déclarations racistes, misogynes, homophobes, bellicistes et, parfois, criminelles du candidat aujourd’hui en tête des sondages ?

Et n’est-il pas évident que les déclarations de ce type, ainsi que le programme qui va avec, vont à l’encontre de tout ce dont le Brésil peut être fier : sa multiethnicité, sa tradition et ses pratiques d’accueil, son libéralisme vrai et la cohabitation, dans ses villes immenses et belles, de multiples croyances.

J’ai peine à croire que la patrie de Chico Buarque et Chico Mendes se laisse ainsi tenter par un retour vers un passé atroce, qui a laissé tant de cicatrices encore ouvertes.

J’ai peine à imaginer que le pays tourne soudain le dos à l’adage fameux : « Brésil, terre d’avenir ».

C’est pourquoi je fais le vœu que le pays, avant qu’il ne soit trop tard, brise le processus anti-démocratique mortifère qui a débuté en 2014 et qui arrive aujourd’hui à son stade le plus critique.

Il lui reste une semaine pour éviter une bascule qui sera difficilement réversible.

Le Brésil doit puiser dans sa mémoire souffrante et dans le souvenir des horreurs d’une dictature militaire qui a pris en otage le pays de 1964 à 1985.

Il doit dire #EleNão au candidat d’extrême droite qui affiche ouvertement son mépris des règles démocratiques.

Nous savons tous que le nationalisme exacerbé, le mépris des droits de l’homme et des minorités, la haine brandie comme stratégie de campagne, sont les armes des populistes.

Et l’Histoire, y compris brésilienne, regorge d’exemples dramatiques indiquant où cela peut mener.

Le Brésil n’est, certes, pas le seul pays à devoir faire face à la vague populiste. Mon pays, la France, voit, lui aussi, sa République constamment mise à l’épreuve. Mais un front républicain a jusqu’à présent réussi à faire barrage.

Le Brésil peut faire de même.

Il a le choix d’un candidat sérieux et probe, Fernando Haddad.

Puisse-t-il, en votant pour Haddad, éviter que sa si récente démocratie soit mise à terre par un homme qui incarne fièrement la barbarie.

Le Brésil vaut mieux que cela.

Le Brésil que le monde admire est celui des femmes qui manifestent contre l’horreur. C’est le Brésil des Marielles. C’est celui d’une opposition résolue à Bolsonaro et à ses armes.


Vejo e entendo o desgosto, a tristeza e a cólera dos brasileiros. Sem dúvida, a crise está aí. E a extensão da corrupção. E o aumento da violência urbana. Mas nenhuma solução pode vir de um populista que não faz senão prometer novas violências e o esfacelamento de seu povo. É preciso recordar as inumeráveis declarações racistas, misóginas, homofóbicas, belicistas e, às vezes, criminosas do candidato que hoje encabeça as pesquisas? E não é evidente que as declarações desse sujeito, assim como o programa que as acompanha, vão contra tudo aquilo do que o Brasil pode se orgulhar: sua multietnicidade, sua tradição e suas práticas de acolhida, seu liberalismo verdadeiro e a coabitação, em suas cidades imensas e belas, de múltiplas crenças?

Custo a crer que a pátria de Chico Buarque e Chico Mendes se deixe assim tentar por um retorno a um passado atroz, que deixou tantas cicatrizes ainda abertas. Custo a crer que o país repentinamente dê as costas ao famoso adágio: Brasil, país do futuro. É por isso que expresso o desejo de que, antes que seja tarde demais, o país rompa o processo antidemocrático mortífero que se iniciou em 2014 e que hoje chega a seu estágio mais crítico. Resta uma semana para evitar uma guinada que dificilmente será reversível. O Brasil deve extrair forças de sua memória sofrida e da lembrança dos horrores da ditadura militar que tomou o país como refém entre 1964 e 1985. Deve dizer #EleNão ao candidato de extrema direita que exibe abertamente seu desprezo pelas regras democráticas. Todos sabemos que o nacionalismo exacerbado, o desprezo pelos direitos humanos e as minorias e a agitação do ódio como estratégia de campanha são as armas dos populistas. E a História, incluída a brasileira, transborda de exemplos dramáticos que indicam aonde isso pode conduzir.

O Brasil não é, certamente, o único país que deve enfrentar uma onda populista. Meu país, a França, vê também como constantemente a República é posta à prova. Mas, até agora, uma frente republicana sempre conseguiu barrá-la. O Brasil pode fazer o mesmo. Pode escolher um candidato sério e probo, Fernando Haddad. Que possa, votando em Haddad, evitar que um homem que com orgulho encarna a barbárie jogue por terra a tão recente democracia. O Brasil vale mais do que isto. O Brasil que o mundo inteiro admira é o das mulheres que se manifestam contra o horror. É o Brasil das Marielles. É o de uma oposição resoluta a Bolsonaro e às suas armas.