a Piquenique no Front, de Fernando Arrabal

 

O Espaço de Artes Kairóz apresenta o espetáculo com adaptação e direção de Leticia Laranja é do grupo de teatro do Arte na Avenid

 

 « …a  humor, a crítica à realidade dura dos tempos de guerra nos impulsionam a olhar os acontecimentos recentes. Apresentar essa forma particular de uma escrita precisa e sem rodeios é a possibilidade de uma diversão que leva o expectador não apenas ao entretenimento, mas a análise.  PIQUENIQUE NO FRONT é uma das peças mais conhecidas no Brasil a partir da obra escrita por Fernando Arrabal. Escritor, pintor, poeta, dramaturgo, diretor e cineasta, realizou cerca de sete longas-metragens onde se destaca “Viva la muerte”, que estabelece um diálogo legítimo com Piquenique ao falar da guerra e da morte de maneira singular. Publicou mais de dez novelas, cem peças de teatro e centenas de livros de poesias.
Com uma escrita muito precisa e essencial em cada pequena frase, Arrabal fala de maneira particular sobre o olhar de filhos e pais em relação à guerra. Encenar esta obra prima do Teatro do Absurdo é, além de uma homenagem a um dos grandes nomes deste gênero no mundo, uma comemoração aos 80 anos de vida do autor, completados em 2012 sendo mais de 60 anos dedicados ao Teatro.
PIQUENIQUE NO FRONT nos remete a um momento histórico e faz perceber que mesmo depois de tantas décadas, a banalização da vida e da morte continuam acontecendo nas ruas, no mundo e ao nosso lado. Isso comprova a genialidade desse autor. O texto de Arrabal  encenada em várias cidades do Brasil, porém pela primeira vez o texto ganha a regência de Laurence que nos presenteou ao longo do processo com absoluta competência e sabedoria.  Nessa montagem de estreia de Piquenique no Front, a escolha do espaço físico foi proposital, pois para a direção, a atmosfera do Parque é boa para o público já ir se ambientando e sentindo a temperatura da peça. A estrutura é versátil e pode ser apresentada em espaços e teatros diferentes ou alternativos, além de poder ser  antecedido de projeções de filmes do Arrabal como: “Viva la Muerte” e (ou) “Irei como um cavalo louco” dentro do teatro ou em um monitor na sala de espera dos espectadores. Essa sugestão é proposital para a “complementaridade da obra” já que estamos falando de uma peça curta (com duração de em média 50 minutos). Justamente para obedecer à objetividade e contemporaneidade da obra a opção foi não acrescentar ações dispensáveis dentro da encenação ou nas  falas dos atores.   Para enfatizar o caráter insólito do encontro, que acontece entre tiros e granadas, o cenário conta com imagens com distorções. Os painéis com pinturas surrealistas , que mostram lugares atingidos por bombas, árvores, tudo com anamorfoses para um dialogo fiel ao sugerido no texto. O palco está coberto por uma lona que sugere um piso de terra batida, porém com ondulações e irregularidades onde pais colocam seu farnel par ao tal Piquenique.Toda a encenação é calcada na palavra e valorização do texto e, por tanto, os aparatos são reduzidos e simplificados para a evocação mais legitima da essência dessa obra prima. SINOPSE – Um clássico do teatro. O espetáculo Piquenique no Front conta de forma bem humorada, original, a história do soldado incompetente Zapo que, em combate, recebe num domingo a inesperada visita dos seus pais, o Senhor e Senhora Tépan para um piquenique em pleno front de batalha. Sem entender a situação de seus pais, Zapo acompanha essa atividade familiar com acontecimentos insólitos, um piquenique no meio de uma guerra, entre bombas, tiros e rajadas, como a prisão do soldado inimigo Zepo e a visita de farejadores à procura de feridos. A gentileza e tranquilidade de todos não é abalada, em meio de bombardeios de aviões, metralhadoras e granadas eles cantam, brincam e dançam. (…) “Viemos aqui para fazer um piquenique com você e vamos aproveitar o domingo. (…) Já que o Senhor prisioneiro é tão simpático, vamos passar um ótimo dia no campo.” (…)