Espetáculo de dança Aurora, de Egon Seidler

Baseado em obra de Fernando Arrabal, « A Virgem Vermelha ».

Estreia nesta terça  em Florianópolis

TERÇA a quinta  19h30min  Museu Histórico de Santa Catarina (Praça XV de Novembro, Centro, Florianópolis)

O corpo de um artista nunca pode descansar. O ator e bailarino Egon Seidler a ideia de Aurora inspirado na obra A Virgem Vermelha, de Fernando Arrabal. O artista criou o solo de dança contemporânea que conta a história de uma mulher real e elevada à imortalidade da ficção e surrealismo pelas mãos do dramaturgo e escritor Arrabal.

Aurora, a obra de Arrabal, mulher metódica, extremista e diagnosticada esquizofrênica cujo propósito de vida era fazer de sua filha uma menina prodígio que revolucionaria o mundo. Seidler imaginava-se, porém, no papel de diretor:

— Já pensava em misturar dança e teatro. Até que chegou o momento de me experimentar como artista. Eu poderia fazer. Foi uma virada: que lugar é esse? Não precisa ser mulher para fazer uma mulher — conta.

Com a chancela do Prêmio Catarinense de Dança do Edital Elisabete Anderle, Seidler debruçou-se na ficção surreal e na história real para dar vida à personagem.

Como é praxe na dança contemporânea, o solo não é uma narrativa linear, mas se baseia em recortes de momentos da vida dessa mulher ligados aos estados emocionais dela – que mata a filha tão logo a jovem ganha notoriedade pela inteligência. Dividido em três atos, a palavra surge apenas para reforçar o imaginário.

E por que não teatro, e sim dança? Seidler resume:

— « No espetáculo caminho por imagens surreais e plásticas, que acho que estão mais ligadas à dança. É uma via sensorial e alcançável mais pelo movimento do que pela ação e fala ».

Embora a criação e a concepção sejam de Seidler, a montagem foi elaborada em um núcleo criativo formado pelas duas companhias que ele integra: Ronda Cia de Dança e Traço Cia de Teatro.

— »Tem coisas que definem meu modo de expressão. As duas companhias em que atuo, por mais que sejam de áreas diferentes, trabalham com a improvisação estruturada. É um exercício de criar a partir do encontro com o público e do local ».
Para criar as imagens e estados emocionais da personagem, o bailarino tomou como referência a obra de Salvador Dalí e seus devaneios surreais. Iluminação, figurino e trilha sonora ambientam o espaço e propõem possibilidades não cotidianas.

Nascido em Florianópolis, Seidler graduou-se em Artes Cênicas pela Udesc, em 2007. Atua como profissional de dança desde 2005. Em 2010 passa a integrar a Traço, companhia de grande destaque na cena catarinense cujo trabalho baseia-se na pesquisa da linguagem do palhaço e do teatro de rua.

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