Sou mestiça, descendente de espanhois e japoneses. Para a comemoração de 100 anos de imigração japonesa no Brasil me pediram uma performance. Desconfiei. Performance e homenagem juntas, a priori, não têm química.
Após dias pensando, porém, tive uma ideia que, ao meu ver, valia a pena ser testada: duas instalações, na primeira uma pessoa por vez entraria em uma sala e lá estariam 20 crianças japonesas na maior festinha, pulando e dançando. O participante ficaria nesse ambiente por 3 minutos.
Logo em seguida ele seria conduzido a outra sala com 3 japonezinhos em silencio, no escuro. Como na primeira, o participante entraria na instalação sozinho e ficaria ali por 3 minutos. Dei o nome de « DESTRAMBE-LHE-SE COM UM BANDO DE JAPONESINHOS » e « FIQUE EM SILÊNCIO, NO ESCURO, COM UM BANDO DE JAPONSINHOS ».
A idéia é que o público entre um por um e tenha uma experiência pessoal estética e ingênua, experimentando as duas situações propostas pelos enunciados. Estamos no mundo. Sentir as coisas, percebê-las é deixar-se invadir por elas. No caso, muitos japonesinhos.
O Sesc Paulista realizou esse projeto, a fila para entrar nas salas foi grande e tivemos que fazer um revezamento de crianças.