« Guernica » de Arrabal

T E C   Teatro Experimental de Cascais

50 Anos

Teatro Municipal  Mirita Casimiro  Monte Estoril   C A S C A I S

4ª   a   Sábado 21h 30    Domingo 16h 00

ESTREIA HOJE  13 ABRIL 21h 30

Por motivos que ultrapassam o TEC, a estreia de GUERNICA irá realizar-se na quarta-feira dia 20 de Abril às 21h30.

Celebrámos o aniversário dos 50 anos do Teatro Experimental de Cascais (TEC) PRÉMIO Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.

encenação Carlos Avilez
cenografia | figurinos Fernando Alvarez
dramaturgia Miguel Graça
coreografia e movimento Margarida Gonçalves
direcção de montagem Manuel Amorim
desenho e operação de som Hugo Neves Reis
assistência de ensaios | operação de luz Jorge Saraiva
contra-regra | montagem Rui Casares
desenho de comunicação Anabela Gonçalves
fotografia | desenho gráfico Ricardo Rodrigues
secretariado Inácia Marques

interpretação António Marques | Luiz Rizo | Madalena Almeida | Renato Pino | Rita Calçada Bastos | Sérgio Silva | Teresa Côrte-Real

“Parece que onde reinam a simplicidade
e a ordem não pode haver teatro nem drama,
e o verdadeiro teatro nasce, como a poesia
–embora por outros caminhos–
de uma anarquia que se organiza,
depois de lutas filosóficas que são o lado
apaixonante dessas primitivas unificações.”
Antonin Artaud   [Saiba mais através do   …]

« A peça gira em torno de uma lógica do Absurdo pela desconstrução e pelo absurdo filosófico da existência. Nesse sentido, o dispositivo base de Arrabal é o de colocar as suas personagens com mentalidade e discurso de criança, aliás, elas não compreendem o mundo porque o vêem através desse olhar monocromático e infantil, o que faz com muitas vezes tenham atitudes cruéis para com o Outro, não obrigatoriamente por maldade, mas apenas porque, tal como as crianças, não têm a compreensão suficiente para distinguir o Bem do Mal, o que as coloca num estranho jogo de amoralidade; se o que elas fazem para nós é cruel, para elas é apenas uma ação, umas vezes egoísta e narcísica (pela indiferença em relação ao Outro), e outras (principalmente quando rodeadas de solidão) cheias de altruísmo e auto-sacrifício, numa tentativa de recuperar a dimensão humana que lhes escapa.

Numa altura em que nos deparamos com terríveis imagens de crueldade vindas um pouco de todo o mundo, mas em particular da Síria, que trouxe até às portas da Europa a crise dos refugiados, é urgente revisitar textos como Guernica para nos recordarmos que a dimensão do Mal não é algo que faz parte do passado da humanidade, mas que se mantém tão presente agora como antes ».

Texto de Ana Filipa Correia